O município de Providence, capital do Estado americano de
Rhode Island, entrou na véspera de Natal com um processo contra a Petrobras,
sua administração, duas subsidiárias e bancos envolvidos na emissão de papéis
da companhia. A notícia chega depois de a empresa ter sido alvo de outras três
ações nos Estados Unidos em dezembro, movidas por fundos e grupos de
investidores individuais. A alegação da cidade de Providence é que o município
teve prejuízo ao investir em títulos da Petrobras, que perderam valor por causa
das denúncias de corrupção e pagamento de propinas. Como ocorreu com as demais
ações, a avaliação é que a empresa não informou o mercado sobre os casos de
corrupção que ocorriam em sua administração, colocando o dinheiro dos
investidores deliberadamente em risco. Procurada, a Petrobras informou que
"não foi intimada da mencionada ação". O processo foi aberto na Corte
de Nova York, onde correm as demais ações coletivas contra a petroleira. A
diferença é que os investidores questionam perdas com as American Depositary
Receipts (ADRs), que são recibos de ações da empresa brasileira listados na
Bolsa de Valores de Nova York, enquanto a cidade de Providence alega perda com
papéis de renda fixa, emitidos pela Petrobras para financiar seu plano de
investimentos. Outra diferença é que as ações dos investidores processam a
Petrobras, enquanto a de Providence inclui a administração, subsidiárias da
empresa que emitiram bônus no exterior e bancos que deram garantia a esses
papéis. A ação, portanto, inclui a gestão da presidente da empresa, Graça
Foster, que assumiu a companhia no início de 2012. A ação de Providence se
refere aos meses de janeiro de 2010 a novembro de 2014. Neste período, a
Petrobras emitiu cerca de US$ 98 bilhões em papéis, de acordo com estimativas
da cidade. Uma das acusações da ação é que, dentro do esquema de corrupção, a
Petrobras inflou os valores de ativos em seu balanço para esconder o
recebimento de propinas. Para André de Almeida, do escritório Almeida
Advogados, que entrou com a primeira ação coletiva contra a Petrobras nos
Estados Unidos, a "bola de neve" referente à empresa só tende a
aumentar. Investidores que se sentiram lesados têm até o dia 6 de fevereiro
para entrar nas ações que já correm na Justiça. "A avalanche se iniciou e
só vai aumentar", disse. Desde que a primeira ação foi protocolada, no dia
8 deste mês, em nome do investidor norte-americano Peter Kaltman, o escritório
de Almeida e o Wolf Popper, de Nova York, receberam milhares de telefonemas e
dizem que já têm "centenas" de procurações de investidores
interessados em entrar no processo. Podem participar tanto fundos quanto
investidores individuais.
Com informações Bahia Noticias
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