O governador Jaques Wagner (PT) sairá do governo da Bahia sem
cumprir algumas das metas previstas pelo próprio em sua carta de propostas para
a reeleição, em 2010. A apresentação de promessas – que não necessariamente é
um plano de governo – é obrigatória para o candidato registrar o seu pleito
para um cargo no executivo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os
estabelecimentos de educação básica do estado, assim como as inscrições
iniciais, diminuíram em números. Além disso, os professores universitários apontam
à redução no investimento de pesquisa a extensão nos centros superiores
estaduais. Em compensação, o curso de profissionalização contou com expansão,
principalmente a alunos com alta vulnerabilidade, e houve a criação de projetos
pedagógicos nos ensinos fundamental II na rede estadual de ensino. Confira
abaixo algumas das promessas feitas pelo governador, a partir de levantamento
do Bahia Notícias:
Elevar a escolaridade
e qualificação da população intensificando a participação e o controle social
na gestão da Educação Pública Estadual: Divulgada largamente na imprensa, a
última avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é o
único índice em que são revelados os resultados da qualidade de ensino à
população brasileira e diz o contrário do enunciado. A 3ª série do ensino médio
caiu em comparação ao de 2011 – o exame é aplicado bianualmente. Já na 8º
série, ou 9º ano, o índice aumentou entre 2011 e 2013, mas não alcançou a meta
(ver gráfico). O resultado está abaixo da média nacional, que ficou em 5, e nem
sequer chega à metade da nota máxima da escala que é 10. Pedagogos adiantam que
o índice não é o suficiente para fazer um diagnóstico preciso, contudo, não
haveria outros recursos para medir a qualidade do ensino que não seja as avaliações
internas do governo. O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação
do Estado da Bahia (APLB), Claudemir Nonato, atribui a “queda drástica” na
matrícula do ensino médio e fundamental – que ele estipula o desfalque de 500
mil matrículas nos últimos anos – e grande evasão escolar como pilares que
sustentam a má avaliação do ensino baiano. “Temos diversos problemas. Os
recursos são importantes, mas o problema são os projetos inconsistentes. (...)
Ensino Médio não é só curso preparatório para o Enem", disse Nonato. A
secretaria de Educação afirma que houve avanços no processo de gestão das
escolas estaduais. Além de descomplicação do sistema de matrícula, outrora mais
complexa e que prejudicava as matrículas, houve uma visão estruturante da educação
e a implantação de projetos pedagógicos para os estudantes do ensino
fundamental II. “Em 2011, implantamos um pacto com os municípios, um projeto
voltado para a alfabetização de crianças tanto em português como em outras
áreas”, informou o secretário estadual da pasta, Osvaldo Barreto. A qualidade
do projeto pedagógico é questionada pelo sindicalista.
Escreve Bahia Noticias
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