Dez por cento dos domicílios com insegurança alimentar grave
- situação que pode chegar à fome - tinham microcomputador com acesso à
internet em 2013, afirma o Suplemento de Segurança Alimentar da PNAD 2013. A
situação surpreendente se repete quando são examinados os porcentuais
referentes a lares nessa situação que tinham outros eletrodomésticos. Em 13,8%,
havia micros sem web; em 88,4%, televisão; em 21,8%, máquina de lavar roupa; em
85,8% geladeira; e em 93,5%, fogão. Esses porcentuais cresceram na comparação
com 2009, quando foram 3,3%, 6%, 86%, 11,9%, 75,5% e 93,6%. Nas demais
situações (segurança alimentar e insegurança leve e moderada) também houve
aumentos. A situação se repete em relação à posse de outros bens de consumo.
Entre os lares com insegurança grave, a proporção daqueles que tinham
motocicleta, de 2009 a 2013, foi de 7,1% para 12,95%. Os domicílios nessa
situação com automóvel foram de 5,8% para 8,9%. As residências desse tipo apenas
com celular cresceram de 47,3% para 64%. E os domicílios nessa situação com
telefone fixo passaram de 61,8% para 75,9%. Também nesses itens houve aumento
generalizado nos respectivos porcentuais, entre os dois anos examinados. O
acesso facilitado ao consumo contrasta com as condições sociais encontradas
pela pesquisa. Elas pioraram assim como se agravaram as condições de
alimentação, da situação de segurança alimentar para a insegurança grave,
passando pela leve e moderada.
"Em relação aos serviços (...), quanto mais intensa a
situação de insegurança, menor era a proporção de domicílios", diz o
estudo do IBGE. "Os domicílios em IA leve apresentaram proporcionalmente
menos domicílios atendidos pela rede coletora de esgotamento sanitário (44,2%)
do que aqueles em segurança alimentar (63,2%). Para aqueles em IA grave a
proporção de domicílios atendidos por este serviço era ainda menor (34,4%).
Entre os domicílios que não tinham qualquer preocupação com restrição a
quantidade de alimentos, 92,0% tinham lixo coletado diretamente; 87% contavam
com a rede geral de abastecimento de água e em 98,8% existia banheiro, para
aqueles em IA grave os porcentuais foram 75,2%; 73,6% e 87,5%,
respectivamente."
Renda. O exame por rendimento domiciliar per capita mostra
que em 2013 a houve "ligeira concentração" de domicílios nas classes
mais elevadas. Segundo a pesquisa, 53,3% dos lares em SA tinham renda per
capita de mais de um salário mínimo. Só a faixa de mais de dois mínimos tinha
quase um quarto dos lares, 23,9%. No outro extremo, 78,9% dos domicílios em IA
moderada ou grave pertenciam à classe de até um salário mínimo per capita e
apenas 2,2% ganhavam mais de dois salários mínimos no ano passado.
ASCOM Força Sindical
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