Uma investigação do Ministério Público de Minas Gerais
(MP-MG) em parceria com a Polícia Civil de Minas confirmou hoje (26) que o
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi fraudado. Segundo o delegado da
Polícia Civil Antônio Prado, a quadrilha conseguiu os cadernos de questão antes
da aplicação das provas, em Mato Grosso. Segundo as investigações, entre 15 e
20 candidatos tiveram acesso às respostas. De acordo com o delegado, a polícia
tem os registros das comunicações feitas entre os envolvidos na fraude. As
investigações, que começaram em abril, apontam indícios de um esquema lucrativo
que há anos pode estar fraudando vestibulares e o Enem. Este grupo é
considerado pela polícia uma das principais organizações criminosas
especializadas em fraudar vestibulares no país. No último domingo, 23 de
novembro, 11 pessoas foram presas em flagrante, repassando o gabarito das
provas, por ponto eletrônico, a 22 candidatos que prestavam vestibular para a
Faculdade de Ciências Médicas, em Belo Horizonte. Outra pessoa acusada de
integrar o grupo foi presa nessa terça-feira (25). Os 12 integrantes do grupo
estão presos preventivamente. Eles poderão ser indiciados e denunciados por
fraude em certame de interesse público. Já os operadores da fraude poderão
responder pelos crimes de formação de organização criminosa, fraude em certame
de interesse público, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Segundo o
Ministério Público, os vestibulares e exames fraudados poderão ser anulados
caso não se consiga identificar todas as pessoas favorecidas. A medida poderá
ser tomada tanto via administrativa, caso o ente responsável pelo certame
considere apropriado, quanto por meio judicial, se o Ministério Público
comprovar o dano à coletividade.
Procurado pela reportagem da Agência Brasil para se
manifestar sobre a investigação, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep) disse que não foi informado, sequer
contatado, pela Polícia Civil de Minas Gerais sobre o teor das investigações.
“O Instituto já solicitou à Polícia Federal informações sobre o caso. O Inep
reafirma que qualquer pessoa que tenha utilizado métodos ilícitos para obter
vantagens no Enem será sumariamente eliminado do exame, sem prejuízo a outras
sanções legais”, disse em nota.
Escreve Poder & Política
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