Empresários que participaram
hoje (30) da sabatina a três candidatos à Presidência da República, organizada
pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), defenderam a necessidade de
propostas para solucionar os principais problemas do setor. Os candidatos
Eduardo Campos (PSB), Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) tiveram, cada
um, um tempo para ouvir representantes da indústria e apresentar as propostas.
A CNI preparou 42 estudos com diagnósticos e sugestões para o setor. Na
avaliação de Elmir Marques Gonçalves Filho, coordenador executivo da Federação
das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero), o mais importante no debate foi a
apresentação de soluções com prazos. Ele destacou, como uma das questões que
mais interessa à indústria, a flexibilização das relações trabalhistas. “Não
que se reduza o que os trabalhadores conquistaram, mas que o que for fruto de
negociação com os trabalhadores [seja acatado pela Justiça]”, defendeu.
O empresário mostrou-se a
favor, ainda, da ampliação das atividades que podem ser terceirizadas. “[Do
jeito que está] é muito rígido. Vamos supor que você tem uma empresa da
construção civil. Tem uma obra, choveu e atrasou o cronograma. Você não pode
contratar uma empresa terceirizada que ajude a cumprir o cronograma. Hoje não se
permite terceirizar atividade-fim”, comentou. A flexibilização das relações
trabalhistas faz parte das questões consideradas importantes pela CNI, que
informou ter encaminhado os 42 estudos aos candidatos à Presidência da
República. O ponto também é visto como crucial pelo empresário Cláudio Bier,
vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul
(Fiergs). “O principal foco é essa relação trabalhista. Está muito difícil para
as empresas, principalmente as médias e pequenas”, disse.
O empresário citou ainda a
burocracia que, segundo ele, é “estonteante” e também foi apresentada como
preocupação pela CNI. Na avaliação dele, os três candidatos se saíram bem na
sabatina. “Os três, na minha opinião, demonstraram muito conhecimento dos temas.
A presidenta [Dilma Rousseff] teve que explicar algumas coisas. É natural,
porque ela está no governo”, ressaltou. Na visão de Sebastião Guerreiro,
presidente do Sindicado das Indústrias de Fiação e Tecelagem de Manaus, a
reforma tributária e a questão das relações de trabalho são as principais
medidas esperadas do próximo presidente. “[A reforma tributária é necessária]
para alcançar algo que corresponda ao nível [de tributos] dos Estados Unidos e
México”, defendeu ele, que citou ainda “as dificuldades e alto número de
reclamações trabalhistas”.
A CNI convidou para a
sabatina os três candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de
voto.
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