Drogas, alimentos
açucarados, sexo e sol. O último integrante dessa relação pode parecer fora de
contexto, mas um estudo publicado esta semana na revista especializada Cell
encontrou indícios de que a luz solar pode ser tão viciante quanto os três
primeiros itens da lista. Os resultados, obtidos por pesquisadores do Hospital
Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, sugerem que os mamíferos, inclusive
humanos, são biologicamente programados para procurar a radiação ultravioleta
(UV).
Isso explicaria por que
algumas pessoas acostumadas a se bronzear podem apresentar sinais de
dependência física e psicológica, como maior tolerância e desejo pela luz do
Sol. É possível até mesmo que alguns experimentem a síndrome de abstinência
caso fiquem impossibilitados de receber a dose diária de raios UV.
O motivo está, segundo os
pesquisadores, no fato de a exposição liberar no corpo endorfinas opioides,
substâncias químicas produzidas naturalmente pelo organismo para aliviar a dor
e gerar sentimentos de bem-estar. Os raios UV ativam o sistema de recompensa do
cérebro, estimulando a repetição desse comportamento e fazendo com que a pessoa
ignore os riscos de câncer de pele, envelhecimento precoce e queimaduras. Não é
raro que os viciados em bronzeamento relatem sensação de relaxamento e melhora
no humor como justificativas para o excesso de banhos de sol.
As amigas Crysthiane
Carrara, 47 anos, e Deborah Resende, 45, confessam que esses motivos são
suficientes para levá-las todas as manhãs ao Parque da Cidade, onde treinam
vôlei de praia há cinco anos. “O sol melhora a produção do dia inteiro, sem ele
não rendo nada. Para mim, é vida”, diz Chrystiane. “O negócio é o sol, somos
realmente viciadas na energia dele”, completa.
Escreve Isabela de Oliveira
- Correio brasiliense
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