Com 3,5 milhões de
trabalhadores, ao lado da indústria, setor foi responsável pela baixa geração
de postos na economia em abril. O emprego na construção civil, que representa
cerca de 8% do total de ocupados no País e foi fundamental para geração de
postos de trabalho com carteira assinada nos últimos anos, dá sinais de
enfraquecimento. Com 3,5 milhões de trabalhadores, a evolução em 12 meses do
emprego do setor em abril ficou praticamente estável. Em março a ocupação na
construção já tinha surpreendido negativamente pelo fato de inverter a
recuperação que ocorria desde o final do ano passado. A perda de fôlego do
emprego no setor aparece em pesquisas diferentes. Ao lado da indústria, o fraco
desempenho da construção civil colaborou, por exemplo, para a modesta geração
líquida de postos de trabalho da economia como um todo em abril, ressalta o
economista da LCA Consultores, Fabio Romão. Ele observa que esse movimento é
nítido tanto no resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged), do Ministério do Trabalho, como no da Pesquisa Mensal de Emprego
(PME), do IBGE.
Em abril, entre contratações
e demissões, foram abertas apenas 4,3 mil vagas na construção civil, o menor
resultado para esse mês desde 2003, segundo o Caged. Pela pesquisa da PME, a
ocupação na construção civil caiu 3,1% em abril em relação ao mesmo mês de
2013. Em março, a ocupação do setor tinha recuado 0,5% na comparação anual. Também
a Sondagem da Construção da FGV confirma a tendência de desaceleração. O
indicador de mão de obra prevista para os próximos seis meses diminuiu 10
pontos entre maio de 2013 e maio de 2014, ao passar de 123,4 para 110 pontos,
respectivamente. “Por enquanto, o que se vê é menos empresas dizendo que vão contratar
e mais empresas que vão demitir, mas o saldo ainda é positivo em relação à
contratação”, afirma a coordenadora de Projetos do Instituto Brasileiro de
Economia da FGV e responsável pela sondagem, Ana Maria Castelo. Ela pondera que
esse resultado da sondagem não indica demissões em massa, porque o saldo é
positivo em relação às contratações, mas a diferença é menor. O enfraquecimento
do emprego na construção é mais nítido no segmento imobiliário, que responde
por quase 40% do pessoal ocupado. “Nos últimos três meses no segmento de
edificações, houve uma deterioração do emprego bastante consistente e, na
infraestrutura, ocorreu uma instabilidade muito grande”, diz Ana Maria.
ASCOM Força Sindical
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