A presidente Dilma Rousseff
deu sinais ontem a cerca de 80 executivos de varejo reunidos em São Paulo de
que não apoia a redução da jornada semanal de 44 horas para 40 horas. Ela
também teria dito que, no atual momento, não é possível ampliar para outros
setores os benefícios da desoneração da folha de pagamentos, mas que aqueles
que já o desfrutam devem mantê-lo de maneira definitiva. Entre os setores que
pleiteiam uma fórmula que lhes permita adotar a desoneração estão os de
farmácias e de grandes supermercados, com faturamento superior a R$ 15 bilhões.
Pelo cálculo atual, as grandes redes supermercadistas acabariam perdendo
dinheiro se adotassem a desoneração sobre a folha.
"Ela [Dilma] considera
a desoneração uma conquista permanente", disse Flavio Rocha, presidente do
IDV. "Mas para aumentar mais precisa de fôlego, e atualmente não é
possível", disse Luiza Trajano, presidente do Magazine Luiza. Dilma
participou de encontro promovido pelo Instituto de Desenvolvimento do Varejo
(IDV). Na pauta da reunião foram discutidas algumas demandas do setor. Segundo
o diretor da Leo Madeiras, disse Hélio Siebel, a presidente "não vê
sentido" em reduzir a jornada semanal.
"[Uma das demandas] é a
preocupação com a redução das 44 horas semanais para 40. Ela [Dilma] foi
explícita em dizer que não vê sentido em uma redução dessas num momento em que
o Brasil está em pleno emprego. E, portanto, onde você arrumaria mão de obra
para cumprir as outras horas?", disse Siebel. Segundo ele, Dilma também
ouviu com "simpatia" as demandas em relação à flexibilização da
jornada de trabalho que favoreça o trabalho em tempo parcial.
A recepção de Dilma aos
temas foi positiva "e até um pouco surpreendente", disse Siebel. Para
Flavio Rocha, do IDV, Dilma mostrou sensibilidade para a questão do "custo
Brasil", para reinserir o Brasil no comércio mundial.
ASCOM Força Sindical
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