Apesar da pressão contrária
dos industriais, o governo bateu o pé e anunciou na segunda-feira (31) o
aumento de impostos de cerveja, água, isotônicos e refrigerantes. A estimativa
é de que os tributos (IPI, PIS e Cofins) tenham subido 1,5%, o que ampliará a
arrecadação do Tesouro Nacional em R$ 200 milhões até o fim do ano. Pelas
contas dos especialistas, o impacto na inflação será de aproximadamente 0,1
ponto percentual. A meta do Ministério da Fazenda era ter elevado os impostos
em outubro do ano passado. Mas, diante do risco de a inflação estourar o teto
da meta, de 6,5%, optou-se por adiar o aumento para 1º de abril deste ano. O
problema é que, também agora, a inflação está em disparada. Mas o governo não
teve como adiar o ajuste, porque precisa de dinheiro para subsidiar a conta de
luz. Não há quem convença a presidente Dilma Rousseff a abrir mão da redução do
custo da energia, que ela quer apresentar como uma de suas principais bandeiras
na campanha à reeleição.
Ninguém no governo acredita
que as empresas absorverão a carga maior de impostos. Ou seja, o repasse será
quase imediato para os preços, sobretudo porque há uma expectativa de elevação
das vendas de bebidas por causa da Copa do Mundo. “Os fabricantes não vão
sacrificar as margens de lucros, pois sabem que o consumo aumentará nos
próximos meses. Eu, particularmente, acredito que as cervejarias reajustarão os
preços além do aumento de impostos. O momento é favorável”, disse um integrante
da equipe econômica.
Além do setor de bebidas, o
governo também ajustará os tributos incidentes sobre cosméticos. Ontem,
representantes do setor se reuniram com o secretário executivo do Ministério da
Fazenda, Paulo Rogério Caffarelli, e defenderam que o governo não eleve os
impostos agora. Na conversa, Caffarelli afirmou que considerará todos os
argumentos apresentados e assegurou que os tributos não subirão sem que antes o
assunto seja discutido profundamente com os fabricantes.
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