Sabe a Herbalife, a gigante
de vendas diretas de suplementos alimentares e shakes, que tem aquele slogan
“Quer perder peso, pergunte-me como”? Está sendo investigada nos Estados Unidos
por suspeita de formação de pirâmide financeira. Pois é. A investigação está
sendo feita pela Comissão Federal do Comércio
(FTC, na sigla em inglês). A suspeita é de que os lucros da
multinacional não viriam das vendas diretas dos produtos, mas das adesões de
novas pessoas à rede de distribuidores. É esse mesmo o tipo de acusação que
aqui no Brasil é feito contra empresas como a TelexFree, BBom e Priples.
Confirmada pela própria
Herbalife, a investigação foi iniciada depois das acusações de William
Ackerman, fundador do fundo de investimento Pershing Square Capital Management.
Há mais de um ano ele acusa abertamente a empresa de ganhar dinheiro de forma
ilegal. Segundo ele, o grosso do faturamento seria mesmo a grana das novas
adesões.
Neste ano, a pressão pela
investigação aumentou. Em janeiro, o senador de Massachusetts Edward Markey
enviou uma carta ao FTC. Ele recomendou que as práticas comerciais da companhia
fossem examinadas. No mês seguinte foi a vez de uma associação da comunidade
hispânica Lulac e de outros grupos de proteção a minorias pedirem ao Congresso
a adoção de medidas. A Herbalife, que é apoiada por outros grandes
investidores, sempre negou as acusações. Depois da confirmação da investigação,
a empresa divulgou um comunicado garantindo que age em conformidade com as
leis. “A Herbalife dá as boas-vindas à investigação dada a tremenda quantidade
de desinformação existente no mercado, e cooperará totalmente com a FTC.”
A briga promete ser longa e
pesada. De acordo com o jornal Financial Times, a investigação aos esquemas em
pirâmide costuma demorar entre 12 e 18 meses. Em 2013, a Herbalife registrou
vendas de US$ 4,8 bilhões. Um crescimento de 17% na comparação com a receita de
2012. Tem distribuidores em mais de 70 países. Detalhe: apesar da sede do grupo
ficar em Los Angeles, a Herbalife está registrada nas Ilhas Cayman, um paraíso
fiscal. No mínimo, interessante. O que vocês acham?
Com informações do jornal Financial
Times
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