O ministro das Comunicações,
Paulo Bernardo, disse que estuda a apresentação de um projeto de regulação da
mídia, que não interfira no conteúdo do que é publicado pelos meios de
comunicação. O ministro participou nesta manhã da cerimônia de posse dos novos
ministros da Casa Civil, da Educação, da Saúde e da Secretaria de Comunicação
Social (Secom).
“Sou favorável à regulação
da mídia, sempre falei isso e sempre defendi. Nós precisamos apenas chegar a um
acordo sobre qual vai ser o modelo, qual vai ser a forma de conduzir, se vamos
fazer um projeto único ou se vamos fazer por partes”, declarou a jornalistas
após o evento.
Paulo Bernardo disse que o
projeto apresentado pelo ex-ministro da Secom Franklin Martins tem que ser
complementado. “Temos que incluir questões essenciais sobre o que acontece na
mídia de internet”, explicou. Para o ministro, é preciso criar regulações para
o monopólio da mídia.
“O Google está se tornando o
grande monopólio da mídia. A gente vê uma disputa entre teles [empresas de
telecomunicações] e TVs e, provavelmente, se durar muitos anos, o Google vai
engolir os dois”, declarou. Para o ministro, há uma situação assimétrica de
empresas que vendem serviços pela internet e não têm as mesmas
responsabilidades que veículos tradicionais.
De acordo com Paulo
Bernardo, somente em 2013 o Google faturou R$ 3,5 bilhões de publicidade no
Brasil. “E esse dinheiro tem imposto? Os [mesmos] impostos que a mídia
tradicional paga? Não acredito que tenha”, questionou.
Segundo ele, ainda há espaço
para o recebimento de sugestões sobre o melhor modelo a ser adotado no país.
“Inclusive meus companheiros do PT, que muitas vezes se colocam favoráveis a
esse tema, acho que seria importante contribuir também”, disse, deixando claro
que não se referia a regulação de conteúdo. “Sou a favor da liberdade de
expressão”.
Poder & Política
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