O Brasil enfrenta desafios
permanentes para reduzir a dependência de importação de fertilizantes, como
almeja o governo, por conta de altos custos de produção e tributos, que
diminuem a competitividade do país frente a concorrentes externos, disse o diretor-executivo
da associação que reúne a indústria de adubos.
O consumo de adubo no país, uma potência agrícola, atingiu o recorde de
31,08 milhão de toneladas no ano passado, enquanto a produção interna seguiu
direção contrária, registrando o menor nível desde 2009. A produção menor é reflexo do esgotamento da
vida útil da principal mina de potássio do país, da Vale, em fase de
desaceleração na produção, e de um custo cada vez maior nas minas de fósforo,
cada vez mais profundas e, portanto, mais custosas, disse David Roquetti Filho,
diretor-executivo da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda). Enquanto isso, os preços internacionais de
fertilizantes ficaram mais baixos no ano passado, reduzindo ainda mais a
competitividade do Brasil, que pode optar por produtos de outras origens,
dependendo dos custos com frete.
"Nossa produção está diminuindo, mas, ao mesmo tempo, o produtor
está sendo suprido pelo mercado internacional", explicou. O Brasil, quarto maior consumidor, importou
quase 70 por cento de sua demanda total por NPK --sigla para os nutrientes
nitrogênios, potássio e fósforo, que compõem a fórmula final dos
fertilizantes. Segundo a Anda, até 2017
a cadeia produtiva está em situação razoavelmente confortável com a previsão de
início de projetos, como os da Petrobras, Galvani, Vale, Anglo American, MbAC,
apresentados em congresso do setor no ano passado. "Mas se a gente não começar a pensar
desde já em projetos a partir de 2017, esta dependência (da importação) poderá
voltar a crescer", afirmou. Embora
a indústria evite fazer projeções, o país tem à frente uma perspectiva de
consumo crescente com agricultores capitalizados e um aumento constante de área
agrícola.
Mercado do Cacau
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