Depois
do susto com a inflação de 2013 acima do previsto, economistas do mercado
financeiro refizeram seus cálculos e contam com um Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo de 6% ao final deste ano. O pior é que, pela perspectiva de
alguns analistas, novas elevações devem ser vistas nos próximos relatórios de
mercado Focus, que o Banco Central divulga as segundas-feiras pela manhã. Na
sexta-feira, 10, o IBGE informou que inflação bateu em 5,91% no ano passado,
acelerando em relação aos 5,84. Na avaliação do economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luís Otávio de
Souza Leal, as expectativas poderão subir para algo em torno de 6,1% ao longo
desta semana. A tese de Leal é de que, não fosse a falta de tempo, a Focus
divulgada nesta segunda-feira, 13, pelo BC já teria incorporado a surpresa
inflacionária. "Nem mesmo a inflação para janeiro, que todo mundo já está
revisando, foi alterada", disse. Pelo levantamento de hoje, o IPCA
encerrará este mês com alta de 0,74% e, em fevereiro, de 0,64%.
Outro sinal de que a tendência é de que o
mercado elevará as projeções de inflação nos próximos dias foi dado hoje pelos
profissionais que mais acertam estas previsões na Focus no médio prazo. O
grupo, denominado pelo BC de Top 5, projeta uma taxa de 6,19% para o IPCA deste
ano, devendo puxar as estimativas do mercado para cima nos próximos dias.
O economista-sênior do Espírito Santo
Investment Bank (Besi Brasil), Flávio Serrano, ressaltou que fica para a
reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que começa nesta terça-feira,
14, e termina na quarta-feira, 15, a condição de divisor de águas entre
manutenção e alteração do cenário para inflação na próxima pesquisa Focus.
"O cenário que a Focus trouxe foi formado antes da divulgação do
IBGE."
Poder & Política
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