Quatro dias após a passagem
secreta da presidente Dilma Rousseff por Lisboa, revelada pelo jornal O Estado
de S. Paulo, o Palácio do Planalto e o Itamaraty ainda se recusam a informar os
gastos da comitiva na capital portuguesa. Criticado por não ter divulgado
previamente a escapada de Dilma, a Presidência da República também tem
aumentado o segredo sobre as despesas feitas pela Secretaria de Administração
da Presidência com seus cartões corporativos.
«O silêncio” do Palácio do
Planalto e do Itamaraty, que se viram constrangidos com a má repercussão da
parada em Lisboa, contrasta com a postura adotada no ano passado, quando o
governo informou prontamente o custo da visita de Dilma a Roma por ocasião da
missa de entronização do papa Francisco, em outra viagem que entrou na mira da
oposição por conta dos custos envolvidos. Naquela ocasião, um dia após a
publicação das informações sobre o tamanho da comitiva brasileira, o Itamaraty
divulgou que o governo havia desembolsado o equivalente a R$ 324 mil com
hospedagem e salas de apoio da comitiva de Dilma em Roma. A postura com a
turbulenta passagem por Lisboa, no entanto, foi outra.
A reportagem solicitou à
Secom e ao Itamaraty o gasto com hospedagem, transporte, alimentação e
segurança da comitiva da presidente Dilma Rousseff em Lisboa, sem solicitar
qualquer tipo de detalhamento das equipes. Mesmo assim, a reportagem apurou que
pelo menos 40 pessoas, entre ministros, assessores, cerimonial e seguranças,
acompanharam Dilma em Lisboa.
Segundo o Portal da
Transparência, em 2013, os pagamentos feitos com o cartão pela Secretaria de
Administração da Presidência somaram R$ 5,64 milhões, sendo que cerca de R$
5,60 milhões não tiveram seu conteúdo revelado, conforme informou nesta quarta
o blog de Marcelo de Moraes no portal Estadão. O sigilo dos gastos é
determinado por uma legislação específica que permite que o pagamento não seja
publico para garantia da segurança da sociedade e do Estado. No ano anterior,
os gastos secretos com o cartão da Secretaria tinham somado R$ 4,09 milhões. Em
2011, foram outros R$ 5,1 milhões. Assim, os pagamentos que não tiveram seu
conteúdo divulgado já somam cerca de R$ 14,7 milhões na gestão de Dilma.
Poder & Politica
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