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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A disputa pela vice de Rui Costa


Deve ser ótimo para um candidato ao governo assistir a uma disputa pela vaga de vice em sua chapa. No mínimo, indica que os contendores e sua legião de correligionários acreditam piamente em seu potencial eleitoral. Caso contrário, não estariam se digladiando em público por um espaço no qual sabem que dependerão quase exclusivamente do desempenho do cabeça de chapa para conseguirem obter o mandato. Ademais, ser vice significa, na essência, estar no poder sem poder exercê-lo, a menos em caso de falta do titular, o que só o vice pode desejar, já que ninguém votou nele.
O caso se aplica ao candidato do PT a governador, Rui Costa. Desde que foi ungido pelo governador Jaques Wagner candidato à sua sucessão e teve seu nome ratificado pelo partido que comanda o Estado há quase oito anos, Rui assiste quase impassível, a uma disputa que se intensifica a cada dia entre o presidente da Assembléia Legislativa, o deputado estadual Marcelo Nilo (PDT), e o PP, pilotado no Estado pelos deputados federais Mário Negromonte e João Leão, pela vaga de vice em sua chapa. Os três se apresentam para o PT como os melhores candidatos a vice que a Bahia já teve. Com a diferença de que Mário e Leão integram um mesmo núcleo e aceita negociar entre si a escolha de apenas um deles para destronar a pretensão de Nilo de compor a chapa com Rui, o que reforça a hipótese de o nome mais forte no PP para a empreitada ser o do primeiro. Ocorre que o aprofundamento da briga entre Nilo e Mário, aliados importantes do governo estadual, pode até envaidecer Rui, se é que o candidato do PT é dado a vaidades pessoais, mas já enche de preocupação setores do partido e da articulação política de Jaques Wagner.
Os defensores de uma mulher para vice de Rui juram de pé junto que ainda não têm um nome para ocupá-la, mas alegam também que não vêem grande dificuldade para identificá-lo. O foco de sua estratégia baseia-se, portanto, no reconhecimento de que, por causa do enfrentamento que protagonizam, tanto Nilo quanto Mário teriam
perdido totalmente a condição de assumir o posto na campanha sem que a escolha de um deles resulte em desavenças irreconciliáveis com conseqüências complexas para o governo e, principalmente, para o candidato, algo em que nenhum petista quer arriscar.


Tribuna da Bahia

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