A principal reivindicação de quem foi
às ruas em junho ainda está fresca na cabeça do estudante Leonardo Paiva, de 27
anos. Usuário de transporte público, ele elege a mobilidade urbana como o maior
problema do governo Dilma e o principal motivo pelo qual deixaria de votar em
sua reeleição.
"Sempre votei no PT, mas a coisa está mudando", diz ele,
aluno do terceiro ano do curso de bacharelado em tecnologia da Universidade
Federal do ABC, em Santo André. Eleitor de Lula em 2006, ele votou em Dilma em
2010, mas adotou uma postura mais crítica em relação ao governo ainda naquele
ano. "Hoje não votaria de novo", diz Leonardo, que ainda não decidiu
seu candidato em 2014. O estopim para o "desencanto" com Dilma foi às
manifestações, das quais participou "discretamente". "Dilma
ouviu o povo, mas não mudou nada."
Estudante de engenharia de energia da mesma universidade,
Katherine Marani, de 23 anos, considera que Dilma não deu resposta satisfatória
aos protestos. "Fui às ruas e de que adiantou?" Ela diz que "não
melhorou nada na educação, na saúde nem na mobilidade urbana".
Entre os estudantes de medicina, a maior reclamação é com o
programa Mais Médico, que promete ser a principal bandeira do PT tanto no plano
federal quanto em São Paulo. Júlia Vella, 20 anos, no primeiro ano da Faculdade
de Medicina do ABC, acha que a "importação" de médicos cubanos
contribui para a desvalorização dos profissionais brasileiros. "Primeiro
eles deveriam dar mais condições de trabalho", afirma Júlia, que pretende
votar em Aécio Neves nas eleições de 2014.
Fonte: Poder & Política
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