Pela regra
atual, aumento real leva em conta o PIB de 2012, que foi de apenas 0,9%;
sindicatos já temem fim da política de reajustes
O salário mínimo do ano que vem
deve ter o segundo menor reajuste real em 12 anos de gestão do PT no Palácio do
Planalto. Isso vai ocorrer por conta da mesma Política de Valorização do
Salário Mínimo, que rendeu nos últimos anos polpudos aumentos no salário
mínimo.
Por esse instrumento, o salário é
reajustado de acordo com a inflação do ano anterior, e tem como aumento real o
PIB de dois anos antes. No caso de 2014, portanto, o salário mínimo será
reajustado pelo INPC de 2013, e o aumento real será equivalente ao PIB de 2012,
que foi de apenas 0,9%. O reajuste só não será menor do que o de 2011 - naquele
ano, o aumento real seguiu o PIB de 2009, quando o Brasil sofreu as
conseqüências da crise econômica mundial. O governo concedeu, então, um
reajuste real de 0,4%.
Coincidentemente, a gestão Dilma
Rousseff terá concentrado os dois piores reajustes do salário mínimo - no
primeiro (2011) e no último ano (2014) de sua administração. O governo, no
entanto, ainda não definiu como ficará a política de reajustes a partir de
2016. Isso porque a Política de Valorização do Salário Mínimo, transformada em
lei há dois anos, tem como prazo de validade o ano de 2015.
A prorrogação da lei vem sendo
discutida internamente por técnicos de alguns ministérios, mas o tema não está
posto no alto escalão do governo. Até porque a avaliação é a de que há uma
regra definida até um ano depois da eleição presidencial e o tema é sensível em
demasia, do ponto de vista político, para ser antecipado em debate.
Além do mais, o PIB fraco de 2012
(0,9%) é um ingrediente que dá um pouco mais de tranqüilidade ao quadro, não
gerando manifestações contrárias dos empregadores e tendo de ser aceito pelos
trabalhadores.
Fonte: ASCOM Força Sindical
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