Uma manobra regimental articulada com o respaldo da base aliada e da
oposição levou à aprovação, nesta quarta-feira (10), da proposta de emenda à
Constituição (PEC) que acaba com a figura do segundo suplente e proíbe parentes
na mesma chapa. A PEC foi ressuscitada nesta quarta, depois de ter sido
derrotada nesta terça-feira (9), à noite com amplo apoio dos atuais suplentes.
A sugestão de mudança na regra de escolha dos suplentes foi apresentada na
semana passada pela presidente Dilma Rousseff em mensagem enviada ao Congresso
Nacional, quando ainda se pretendia fazer um plebiscito sobre reforma
política. Com o apoio de líderes partidários e o aval do presidente da
Casa e grande derrotado de terça-feira, Renan Calheiros (PMDB-AL), os senadores
consideraram na nova votação que não tinham mandado para o arquivo o texto-base
da PEC inicialmente proposta pelo ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). Em
seguida, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) apresentou em plenário um novo
parecer no qual manteve a base do texto proposto na terça pelo senador Luiz
Henrique (PMDB-SC). Contudo, para aplacar as queixas dos atuais suplentes,
Dornelles retirou da matéria a possibilidade de eleição de um novo senador nos
casos de afastamento definitivo do titular. Ou seja, o primeiro suplente
permanecerá no cargo até o final do mandato. A proposta manteve a restrição
para se colocar na chapa cônjuge ou parentes consangüíneos até o segundo grau,
inclusive familiares que tenham sido adotados. A proposta, que seguirá
para análise da Câmara dos Deputados, foi aprovada em segundo turno por 60
votos a favor, apenas um contra - do senador Pedro Simon (PMDB-RS), que pediu
para retificar o voto - e uma abstenção - Lobão Filho (PMDB-MA), suplente do
ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Nesta terça, o texto de Luiz
Henrique recebeu 46 votos favoráveis, 17 contrários e uma abstenção. Faltaram
três para aprová-lo. "Essa foi uma importante resposta do Senado
Federal e, na continuidade da matéria, deliberou como cobrado pelas manifestações
pelas ruas", afirmou Renan Calheiros. O presidente do Senado elegeu-a
desde a semana passada como uma das pautas prioritárias da Casa em reação aos
protestos.
FONTE: Bahia Noticias.
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