O
Brasil foi um dos primeiros países na América Latina a reconhecer Juan
Guaidó como presidente interino da Venezuela. Em sua conta no Twitter, o
presidente Jair Bolsonaro, que está participando do Fórum Econômico Mundial
(Davos, na Suíça), postou mensagem de apoio a Guaidó. Em Davos, Bolsonaro
reiterou a colaboração brasileira ao governo recém-declarado.
"O Brasil apoiará
política e economicamente o processo de transição para que a democracia e a paz
social voltem à Venezuela", disse na rede social. O Ministério das
Relações Exteriores do Brasil também divulgou comunicado sobre o reconhecimento
de Guaidó.
Em diversas cidades do país,
ocorrem atos contra e a favor do presidente Nicolás Maduro. Guaidó, que é o
presidente da Assembleia Nacional, se declarou presidente interino da
Venezuela. “Hoje, 23 de janeiro de 2019, em minha condição de
presidente da Assembleia Nacional, invocando os artigos da Constituição
Bolivariana da República da Venezuela, ante Deus todo poderoso, juro assumir
formalmente as competências do Executivo Nacional como presidente encarregado
de Venezuela”, afirmou.
Antes do juramento, Guaidó
reiterou a promessa de anistia aos militares que abandonarem Maduro e apelou
para que fiquem “do lado do povo”. Segundo ele, é preciso reagir à “usurpação”
do poder por parte do presidente da República, instaurar o governo de transição
e eleições livres. De acordo com o Observatório Venezuelano da Coletividade
Social (OVCS), foram registrados confrontos entre manifestantes contra o atual
governo e forças policiais. Um adolescente, segundo a entidade, foi baleado.
Em
um dos atos pró-Maduro, Diosdado Cabello, ex-presidente da Assembleia, fez um
chamado à defesa da gestão. “Vamos fazer um chamado à unidade dos partidos do
pólo democrático, juventude, estudantes, as mulheres, para enfrentar qualquer
agressão contra o povo. Eles sabem que nos marcos da Constituição não podem
fazer o que estão fazendo. E nós temos que defender a Constituição.” Ele
convocou os apoiadores para, a partir desta noite, ficarem de vigília em
frente ao Palácio de Miraflores.
Repercussão
internacional: O governo dos Estados Unidos se manifestou reconhecendo Guaidó
como presidente da Venezuela. A decisão foi reforçada pelo presidente, Donald
Trump, e pelo vice-presidente, Mike Pence, em suas contas na rede social Twitter.
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, Luis Almagro, também
reconheceu Guaidó e felicitou o deputado pelo juramento.
Entenda
o caso: A situação na Venezuela se agravou após a eleição de Maduro para novo
mandato, que é contestada pela comunidade internacional. Ele tormou posse,
em 10 de janeiro, perante a Suprema Corte. Para Brasil, o Grupo de
Lima, que reúne 14 países, e a Organização dos Estados Americanos (OEA), o
mandato é ilegítimo e a Assembleia Nacional Constituinte deve assumir o
poder com a incumbência de promover novas eleições.
Guaidó
chegou a ser preso e liberado. A Assembleia Nacional, então,
declarou "usurpação da Presidência da República" por Maduro.
Ontem (22), a Sala
Constitucional do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) divulgou validade da
decisão tomada em janeiro de 2017 questionando as ações da Assembleia Nacional
comandada por Guaidó. Segundo comunicado divulgado no sítio oficial da Corte,
pela decisão “qualquer atuação da Assembleia Nacional e de qualquer órgão ou
indivíduo contra a sentença será nula e carente de validade e eficácia
jurídica.”
Agencia
Brasil